segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Jornalista palestra sobre redação no webjornalismo




Ivila Bessa, editora de Conteúdos Digitais do Sistema Verdes Mares, tratou de assuntos como a escrita para portais, formatos e a forma como se distribui a informação

Jefferson Oliveira


A profissional de comunicação social, Ivila Bessa, conversou com estudantes de jornalismo da Faculdade 7 de setembro sobre a forma de escrever para webjornais e partilhou acerca da sua experiência como editora-chefe de conteúdos digitais do Sistema Verdes Mares. A palestra ocorreu na última segunda, 26, às 19h, em um dos laboratórios de informática da faculdade.

Durante o momento, a jornalista que iniciou a carreira no portal Verdes Mares em 2003 e que hoje é responsável por gerenciar ações nas mídias, falou sobre o crescimento do número de profissionais nos portais e apresentou slides acerca de como ela conceitua a produção e distribuição das notícias via mídias digitais.

Segundo Ivila Bessa, “praticamente um veículo de comunicação é uma indústria. É produção, empacotamento e distribuição. Qualquer pessoa que produz conteúdo hoje precisa do status do público que ajude a empacotar o conteúdo ou ajude a distribuir”, afirmou.

A editora-chefe de conteúdos digitais do Sistema Verdes Mares explicou que atualmente os veículos não disputam entre si, mas pela atenção do público. Sobre o que é legitimado como importante, como notícia, comenta em relação à capacidade do próprio publicar justificar determinados assuntos: “Hoje, informação relevante, o que ‘bombou ou não’, quem está dizendo é o publico”. Ivila Bessa comentou também sobre os mecanismos de busca do Google e a forma de se avaliar e dar status para a informação na web: torna-la encontrável, comentável, recomendável e compartilhável.

Acerca do portal G1 e da estrutura como os textos são escritos, falou que a pirâmide invertida (onde as informações mais importantes são apresentadas logo no início) é a mais utilizada no caso de notícias factuais. Comentou, sobre outros portais, que muito texto não é sinônimo de sucesso no webjornalismo. “(os portais) Produzem informação em excesso; Isso não é publicar pra web”, comentou. Sobre o uso de links internos nos portais, frisou que ‘é preciso saber trabalhar o link’. Conversou também com os alunos sobre a utilidade da pirâmide flutuante e a estrutura dos textos e links internos.

Formatos e estratificação da informação

A jornalista respondeu à perguntas dos estudantes e insistiu na importância de escrever um título que agregue informação e ajude aos mecanismos de busca a encontrar o material. Segundo Ivila, atualmente o acesso no portal do sistema, por exemplo, é feito muito mais de forma indireta do que pelo endereço eletrônico do portal. “Antigamente o acesso direto correspondia a 70% de audiência e hoje isso representa cerca de 25% (dos acessos). O Google  e o Bing estão ajudando nas pesquisas. Imagina eu escrever de uma forma e as pessoas usarem outros termos pra buscar?”, analisou acerca das palavras usadas ao titular uma matéria.

Durante a palestra, Ivila Bessa lembrou ainda sobre a utilização dos formatos para complementar o texto e até passar informações que talvez ele não consiga levar ao leitor por si só. A conversa com os estudantes de jornalismo foi encerrada abordando a estratificação da informação, de modo que os hiperlinks tenham papel fundamental na matéria ao dar novo fôlego para o leitor e forneçam informação adicional acerca do assunto.



O status dado à informação como forma de posicionar o portal



A jornalista Ivila Bessa, editora-chefe de conteúdos digitais do Sistema Verdes Mares, comentou acerca da importância de avaliar o conteúdo e torna-lo encontrável na rede

Jefferson Oliveira

Na palestra concedida a estudantes de jornalismo da Faculdade 7 de setembro, Ivila Bessa, profissional há 12 anos no mercado, destacou a necessidade de ajudar os mecanismos de busca a encontrar as informações, as postagens em um portal. De acordo como manual que ela mesma elaborou e apresentou durante a palestra, há 4 status para a informação na web: torná-la ‘encontrável’, ‘comentável’, recomendável’ e ‘compartilhável’.

Destacou ainda que “antes, no ensino (acadêmico), o que parecia importar era a audiência, mas a forma como aquilo foi visto e consumido pouco interessava. Hoje boa parte dos meios sabe que precisam ser recomendados, apontados. Precisam que as pessoas recomendem o seu produto”, declarou. A jornalista utilizou como exemplo o portal Verdes Mares, que este ano, de janeiro a outubro, contabilizou cerca de 2 milhões e 600 mil visualizações.

Ivila Bessa destaca o valor do formato como agregador à matéria




A editora-chefe de conteúdos digitais do Portal Verdes Mares, Ivila Bessa, no decorrer da palestra ministrada na Faculdade 7 de setembro, deu  ênfase ao uso de ferramentas junto ao texto, como agregadoras de valor

Jefferson Oliveira

A foto completa o texto e vice-versa. É a ideia geral que se tem. Porém, Ivila Bessa, deu destaque à precisão no reconhecimento da linguagem e do formato e na utilização desses. “Vou trabalhar a foto, a infografia. As pessoas vão querer ver a imagem. Existem tipos de informações que eu preciso ver a imagem”, comentou sobre as linguagens no webjornalismo.

Segundo a jornalista, é preciso conhecer os conteúdos para saber usá-los. “Como repassar para as pessoas sobre o andamento e a conclusão do Castelão se não for por infográfico?”, exemplificou a profissional. Finalizou dizendo aos estudantes que “você tem que conhecer muito bem os formatos para saber como utilizá-los. E os formatos têm as linguagens que eu também preciso saber como utilizar”, completou.